Justiça obriga Correios a limitar reajuste de frete para lojas online - 26/04/2018
Os Correios se envolveram em uma polêmica há algumas semanas, quando anunciaram um reajuste para o frete de encomendas dentro do Brasil. O aumento foi, em média, de 8% — mas chegava a 51% em algumas situações.
A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), que representa 7 mil empresas — na sua maioria lojas virtuais pequenas e médias — entrou na Justiça contra o aumento, e conseguiu uma decisão favorável.
O reajuste nas tarifas do Sedex e PAC fica limitado a, no máximo, 8%. A liminar vale para todo o país, mas se aplica apenas às lojas representadas pela ABComm.
Se os Correios descumprirem a decisão, terão que pagar multa diária de R$ 50 mil. A ação corre na 11ª vara da Justiça Federal de São Paulo.
A ABComm também pediu a suspensão da taxa extra de R$ 3 para entregas em regiões de risco ou conflito, como o Rio de Janeiro. No entanto, o juiz deixou a decisão para a Justiça Federal do RJ, que já está analisando essa questão.
Além disso, a associação pediu o fim da taxa extra de R$ 20 para o envio de produtos em embalagens não-quadradas. No entanto, isto foi indeferido.
Em comunicado, os Correios dizem que ainda não foram notificados formalmente da decisão judicial, mas que tomarão todas as medidas cabíveis quando isso acontecer.
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Guilherme Martins, advogado da ABComm, diz à Folha que a associação entrou com o processo judicial para proteger as pequenas empresas de e-commerce. Elas são mais impactadas pelo reajuste, pois têm menos poder de barganha e têm pouco acesso a outros fornecedores além dos Correios.
“Em março, a notícia da nova tabela de serviços dos Correios foi recebida com protestos pelo setor de varejo eletrônico, que se posicionou contra a alta que variava até 51%, enquanto a inflação anual ficou em torno de 3% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”, diz a ABComm em nota.
O Mercado Livre criou a campanha #FreteAbusivoNão para se opor ao reajuste do frete. A empresa conseguiu uma liminar na Justiça contra o aumento dos Correios, mas ela foi derrubada alguns dias depois. Sua tabela de tarifas foi, então, reajustada.
FONTE : TECNOBLOG
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